Pastora que pregou falas racistas e homofóbicas em igreja, publica nota de retratação.

'Fui infeliz nas palavras', diz nota da mulher nas redes sociais. Polícia Civil de Nova Friburgo, RJ, abriu inquérito.

Por Redação Portal Fri Notícias em 03/08/2021 às 15:25:13
Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Após a repercussão de um vídeo publicado no último sábado, 31 de julho, onde critica fiéis que levantam bandeiras de causas políticas, raciais e LGBTQIA+, a pregadora Kakau Cordeiro, da Igreja Sara Nossa Terra, divulga nota pedindo desculpas.

Na nota divulgada nesta segunda-feira, (02), Kakau afirma que não era a intenção dela praticar nenhum ato descriminatório. "Fui infeliz nas palavras escolhidas", diz trecho da nota.

"Eu, na verdade, fui infeliz nas palavras escolhidas e quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito contra pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastor é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+", completou.

Durante a pregação, Kakau afirmou que "é um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí".

"Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!", disse em outro trecho. Vídeo com as falas repercutiu em todo país.

O delegado titular da 151ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Friburgo, Henrique Pessoa, isse que há um "teor claramente racista e homofóbico, o que configura transgressão típica na forma do artigo 20 da Lei 7716/87".

"De tal modo que a pena é de 3 a 5 anos com circunstâncias qualificadoras por ter sido feita em mídias sociais e através da imprensa. De tal modo que já foi instaurado inquérito policial pelo crime de intolerância racial e homofóbica, de acordo com a recente previsão do STF. "O crime está configurado e ela será indiciada", concluiu o delegado.

O Coletivo Negro de Nova Friburgo divulgou nota de repúdio.

"Nós do Coletivo Negro Lélia Gonzalez NF denunciamos, condenamos e repudiamos qualquer forma de discriminação contra a classe trabalhadora e realizada pela mesma reproduzindo a lógica da classe dominante que é racista, facista, lgbtfobica, eugenista, branca, heteronormativa, patrimonialista, patriarcal, branca, lascivos e cristãos. Não podemos dizer que todes cristãs (linguagem neutra) têm comportamento e postura, como esta pessoa, porém não podemos ignorar que ela está expressando a hegemonia dominante. Não devemos naturalizar tais posturas, declarações sem que os órgãos tomem devidas medidas, embora estes órgãos expressam interesses da classe dominante. Quando ela faz este ataque, e a todes que defendem o direito da classe trabalhadora que são majoritariamente negras, quando ela de forma superior, concorda com a morte da juventude negra, desaparecimento de nossas crianças, e naturaliza feminicídio incidentes nas mulheres negras trans e cia, ela naturaliza o primeiro lugar de morte de mulheres trans e travestis e nosso encarceramento em massa nas senzalas modernas. Racistas, genocidas, eugenista, Lgbtfóbicos exploradores não passarão! Por uma sociedade onde a diversidade não seja instrumento de dominação e exploração".

A vereadora Maiara Felício (PT), também se posicionou nas redes sociais.

"Trata-se de um vídeo extremamente intolerante em Nova Friburgo. Queremos juntar o maior número de advogados LGBTQIA+, negros e mulheres da cidade. Pretendemos fazer um movimento gigante para mostrar que em Nova Friburgo a intolerância não vai vingar", disse

Comunicar erro
Banner Anuncie Fri 1Abaixo post

Comentários

Whatsapp 2022 banner 3 Todas telas