Prefeitura de Teresópolis e Governo do Estado simulam resgate de moradores em caso de eventos climáticos

Ação, que aconteceu no último sábado, (14), na comunidade do Pimentel, reuniu 50 profissionais de Saúde e de Defesa Civil.

Por Redação Portal Fri Notícias em 18/09/2024 às 22:34:39
Foto: Bruno Nepomuceno

Foto: Bruno Nepomuceno

A Prefeitura de Teresópolis, na Região Serrana do RJ, por meio das Secretarias Municipais de Saúde e de Defesa Civil, em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde, representada pelo assessor especial, cel. Sérgio Simões e equipe, realizaram, na manhã do último sábado, (14), no Pimentel, Exercício Simulado voltado para prevenção de agravos à saúde causados por enchentes e deslizamentos.

A ação foi focada na retirada de cinco pacientes com dificuldade de mobilidade e seus familiares, moradores em área de vulnerabilidade, que foram encaminhados para o Ponto de Apoio e Acolhimento, montado na Escola M. Profª Irene Sant`ana do Valle, na mesma comunidade. A ação do projeto-piloto foi gravada e será apresentada em reunião do G20 no próximo dia 25, no Rio de Janeiro.

Exercício Simulado na comunidade

A retirada dos pacientes e da família contou com a estrutura de ambulância, profissionais de apoio, de enfermagem e médicos, com os agentes comunitários de saúde e com os agentes da Defesa Civil. No Ponto de Apoio, uma equipe, formada por agente administrativo, auxiliar de enfermagem, médico e assistente social, faz o atendimento ao paciente, verificando os sinais vitais e a necessidade ou não de encaminhamento para uma unidade de urgência ou emergência, ou ainda para a casa de um familiar. Neste dia, por ser tratar de um simulado, os pacientes foram redirecionados para suas casas, acompanhados por agentes de saúde e da Defesa Civil.

O cel. Sérgio Simões – assessor especial da Secretária de Estado de Saúde do RJ, Claudia Mello, fez uma avaliação positiva do simulado. "A avaliação é a melhor possível. Primeiro, enaltecendo e agradecendo a acolhida que tivemos quando apresentamos o projeto aqui em Teresópolis. A gente viu o grau de dificuldade, a vulnerabilidade das pessoas e estamos com o foco no que concerne à atenção primária à saúde. E esse trabalho vai se conjugar com as ações da Defesa Civil. Vamos discutir sobre o simulado realizado, para elaborarmos um relatório consistente, prevendo, inclusive, a necessidade de recursos financeiros para os investimentos necessários para que o projeto seja colocado em prática já no próximo verão em Teresópolis", pontuou o cel. Simões.

Equipe da Saúde em ação do último sábado. (Foto: Bruno Nepomuceno)

Cel. Simões destacou que o aprendizado em Teresópolis será documentado e encaminhado ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Integração Regional, onde está sediada a Defesa Civil. "A Defesa Civil está sempre pronta para a resposta aos desastres e a gente que abrir essa discussão para essa proposta de um investimento que, como mostrou o exercício simulado de hoje, antecipa o desastre. Nós vamos trabalhar antes da chuva chegar, com base nas informações tecnológicas que dispomos no Centro de Inteligência e Saúde, no Governo do Estado".

A secretária de Saúde de Teresópolis, Clarissa Rippel Guita, também fez uma avaliação positiva sobre a operação. "Nesse simulado, nós vimos mais uma vez que salvar vidas é o objetivo primordial desse projeto. Escolhemos cinco pacientes, com graus de dificuldades de locomoção diferentes para termos vários panoramas e levantarmos diversas situações com as quais poderemos ter que lidar. Realizar esse exercício simulado é fundamental porque hoje temos um dia de sol, boas condições climáticas, sem chuva, facilitou a retirada dos pacientes das casas e o encaminhamento para o ponto de apoio", enfatizou Drª Clarissa. ressaltando: "Na hora do desastre, a cena muda, a dificuldade é muito maior, então, o nosso objetivo é sensibilizar a população e nos anteciparmos, retirar, primeiramente, as pessoas que têm maior dificuldade de locomoção e, em seguida, os demais moradores que estejam em área de risco".

Foto: Bruno Nepomuceno

O Secretário M. de Defesa Civil, Cel. Albert, e sua equipe também participaram da ação. "A ideia é que a gente tenha esse planejamento já estabelecido para que, antes do início das chuvas mais fortes, a gente receba um alerta e auxilie as equipes da Saúde na retirada dessas pessoas e o encaminhamento delas para o ponto de apoio ou para casa de parentes. O objetivo do exercício simulado é vivenciar em tempo de tranquilidade a complexidade da operação. Assim podemos definir e fazer com que as estratégias sejam melhoradas e evoluídas ao longo do tempo. Estamos tendo a oportunidade de depurar esse método que estamos desenvolvendo e temos certeza de que este trabalho quando for apresentado no G20 será considerado de relevância e exemplo para ser aplicado em outros municípios no Brasil e também em outros países", ressaltou cel. Albert.

Kelly Cristina perdeu dois sobrinhos e a cunhada na tragédia de 2011 e acredita que o projeto pode ajudar a salvar vidas. "Em 2011, tivemos muitas perdas e foi muito triste. Com esse projeto, eu acredito que muitas vidas poderão ser salvas, principalmente, pra gente que tem problemas de visão ou pra se locomover", relatou a moradora que é deficiente visual e auditiva. Os demais pacientes que participaram do exercício simulado têm os seguintes diagnósticos: obesidade, deficiência auditiva, autismo, dificuldade de locomoção e deficiência física, entre outras patologias.

O Projeto

O projeto-piloto 'Exercício Simulado– Atenção Primária à Saúde – Ações contra as mudanças climáticas', desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), em parceria com o Município, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, com o apoio da Secretaria M. de Defesa Civil, pelo qual os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são treinados para mapear áreas suscetíveis a desastres naturais, a fim de localizar moradores acamados, amputados e com dificuldade de mobilidade. Eles assumem papel fundamental no território em que atuam. São eles que acionam, por telefone, os moradores cadastrados, pessoas com deficiência e limitações de deslocamento, sejam idosos, gestantes ou acamados. O objetivo da força-tarefa é a remoção antecipada destas pessoas, moradoras em áreas vulneráveis, seis horas antes da ocorrência de eventos extremos, que são monitorados pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) do Governo do Estado.

Passo a passo da ação

- O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da SES, responsável pelo Programa de Vigilância de Riscos Associados aos Desastres, emitirá alerta à coordenação de Atenção Primária de Teresópolis por e-mail e aplicativo de mensagem, com o objetivo de mobilizar as equipes da estratégia de saúde da família.

- A Secretaria M. de Defesa Civil fará a mobilização logística de viaturas, equipamentos e materiais para o deslocamento das pessoas com dificuldades de locomoção para locais seguros e previamente determinados.

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